- Nº 2132 (2014/10/9)
Eleições no Brasil

Dilma ganha vantagem <br> para a segunda volta

Internacional
A actual presidente brasileira venceu no domingo, 5, a primeira volta das presidenciais no país, que ocorreram simultaneamente aos sufrágios para os parlamentos federal e estaduais, para o Senado e governos regionais.

O triunfo de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), não constitui surpresa e era já esperado, embora a expectativa fosse a de obtenção de uma percentagem menor do que os 41,59 por cento dos votos que recolheu no domingo. Surpresa foi a passagem à segunda volta do candidato do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), Aécio Neves, que garantiu 33,5 por cento dos boletins válidos, deixando a larga distância a candidata do Partido Socialista Brasileiro, Marina Silva, apontada em todas as sondagens como favorita a disputar eleição com a actual presidente brasileira.

Marina Silva, que vinha caindo em todas as pesquisas sobre intenção de voto realizadas durante o período de campanha eleitoral – o que foi atribuído aos valores conservadores que a professora, ambientalista e crente evangélica foi revelando – , acabou por recolher apenas 21,32 por cento dos votos, pouco mais, afinal, do que os cerca de 19 por cento obtidos em 2010, ano em que Dilma Rousseff foi eleita para o primeiro mandato no Palácio do Planalto.

Entretanto, as candidaturas de Marina Silva e Aécio Neves informaram que estão a negociar um acordo que assegure o apoio da primeira ao segundo. Os contornos e conteúdos não são ainda totalmente claros, mas especula-se que a ocorrer um apelo de Marina Silva ao voto no PSDB, este pode não ser seguido por todos os seis partidos que apoiaram a líder da Rede Sustentabilidade no domingo.

PC do Brasil elege

A par das presidenciais, os brasileiros foram chamados a eleger os governadores e parlamentos estaduais, a Câmara dos Deputados e Senado. Em 13 das 27 regiões, os cargos de governador foram já atribuídos, com destaque para as vitórias de Flávio Dino, do Partido Comunista do Brasil no Maranhão, Geraldo Alckmin, do PSDB, em São Paulo, e de Fernando Pimental, do PT, em Minas Gerais. Em 14 estados, prossegue a disputa dos candidatos a governador, incluindo Rio de Janeiro e Brasília, distrito federal.

O Partido Comunista do Brasil, parceiro de governo e de coligação do PT de Dilma Rousseff, conseguiu, por seu lado, eleger 25 deputados nas assembleias legislativas de 17 estados, e uma dezena de deputados federais que se candidataram pelos círculos de 9 estados.

O número de partidos com representação no parlamento nacional passa de 22 para 28.

Dados expressivos

Não é pouco o que está em causa nas eleições presidenciais no Brasil, 7.ª economia mundial e nação central dos processos e mecanismos de cooperação multilateral que, na América Latina e no mundo, procuram sacudir a tutela do imperialismo. Importa, por isso, reter alguns dos indicadores do Brasil entre 2002 e 2013 (divulgados por Luiz Alberto Bandeira no Pátria Latina), período das presidências de Lula da Silva e Dilma Rousseff: